sábado, 20 de março de 2010

Na Cama com o Tokio Hotel - "Revista Vanity Fair"



A banda alemã que deixa as garotas loucas (mas por quanto tempo?) está a caminho da Itália em tour. Adivinhem onde os entrevistamos?



Levanta a mão quem sabe uma música do Tokio Hotel. Se você se encontra no ensino básico neste momento deve estar chocado uma vez que sabe todas as suas músicas de cor. Se tem mais de 15 anos, está perplexo. Pelo menos poderiam cantar "na-na-na-na monsoon". Se faz parte do primeiro grupo, então deve estar impaciente à espera de um dos quatro shows na Itália. Se pertence ao segundo grupo, prepare-se para ver cenas já bem conhecidas nos telejornais: pequenas garotas gritando por quatro rapazes na casa dos vinte anos (um com maquilhagem e um penteado estranho, um com tranças que parece um rapper, um de cabelo curto e outro de cabelo comprido).





É o Tokio Hotel, a banda alemã que vendeu mais álbuns nos anos passados (três milhões de álbuns vendidos em todo o mundo, 700.000 apenas com o mais recente, Humanoid, lançado em Outubro). Mesmo que se afirme que a popularidade da banda está diminuindo (as quatro datas não estão esgotadas como aconteceu há dois anos atrás), mesmo que a revista americana Rolling Stones tenha dito na sua crítica que o novo álbum é "melodicamente animador e estranhamente pouco intenso", mesmo que o Google Trends (um recurso que fornece dados sobre o padrão de pesquisas na Internet) ateste que a procura das palavras "Tokio Hotel" está diminuindo e que o grupo do Facebook intitulado "Esta beringela tem mais fãs que o Tokio Hotel" tenha alcançado o seu objetivo – os quatro rapazes de Magdeburgo continuam conquistando milhares de adolescentes apaixonadas que estão dispostas a tudo.




Os rapazes desempenham perfeitamente o seu papel. Quando os encontramos numa luxuosa suíte de hotel, Bill Kaulitz – o vocalista – entra, cumprimenta e começa a fazer poses em frente ao fotógrafo com contínuas alterações na expressão facial (olhar enigmático – olhar um pouco menos enigmático – olhar cético – olhar um pouco menos cético) – nem o Ben Stiller em Zoolander consegue fazer melhor! Pena que o fotógrafo ainda esteja em volta dos flashes e do computador. O manager diz a Bill que o photoshoot ainda não começou. Bill diz "Ok" e dirige-se à maquiadora (Natalie) que retoca a sua base.




Entretanto – sabendo que Natalie desempenha um papel fundamental junto da banda pelas suas qualidades com o laquê, o blush e o lápis creon – perguntamos há quanto tempo é que ela trabalha com o Tokio Hotel. Ela afasta-se rindo e terminando a conversa com um "Sem comentários", "É mistério". Como se se tratasse do quarto segredo de Fátima… Me diz que é normal. Uma lenda urbana diz que ela tem um relacionamento com Bill – alguém nega e diz que é apenas um disfarçe para a sua alegada homossexualidade que iria deixar as suas jovens fãs devastadas, enquanto outros dizem que é verdade mas que não se admite pela mesma razão, nomeadamente, não desapontar as fãs. Afinal de contas, em todas as entrevistas se diz que ele procura uma garota para se apaixonar, o Tom apaixona-se por uma todas as noites, o Gustav é solteiro e o Georg é o único que tem namorada, há um ano.




Após o photoshoot – a qual fazem com seriedade e respeito, com uma atitude Germano-japonesa que enquadra lindamente no seu nome – eles escostam-se numa cama dupla no quarto ao lado -convidam-me a sentar com eles e a fazer a entrevista no colchão pelo qual todas as fãs matariam.



Bill, é o ídolo das garotas, mas também o compositor das suas letras. O segundo single, World Behind My Wall, diz: "Quero acordar num sonho". Como é o seu mundo por trás desta máscara?



Bill: Um mundo com muita sorte. Tenho uma família, os meus quatro cães, o meu irmão Tom, a banda e o meu trabalho. Mas ao mesmo tempo é complicado encontrar a felicidade no mundo fora disso – Eu percebo que o meu caso é excepcional.



O seu álbum chama-se Humanoid, na sua capa vemos um Bill Robô e em muitas músicas o tema sublinhado é o mesmo: não são robôs, mas pessoas com um coração.



Bill: A maioria das pessoas olhou para a capa e pensou que queríamos fazer o papel de robôs. Honestamente, pensamos dar ao álbum este nome porque nos sentimos "humanóides". Nos sentimos estranhos, diferentes. Na Alien eu canto: "Há um alien em mim", mas – na verdade – eu falo sobre a procura do amor, sobre a união com a outra metade. Em cada música falamos de emoções e memórias de infância, somos sentimentais e totalmente humanos.



Por falar em aliens, disse que acreditava em marcianos?



Bill: Eu acredito em muita coisa, mesmo não seguindo uma religião específica. Tenho certeza que existe a vida depois da morte e vida em outros planetas. E eu acredito muito no destino. Eu e o meu irmão fazendo este trabalho, estava destinado, sempre amamos a música desde crianças.



Além da sua música, de que tipo de música gostam? De onde vem a sua inspiração?



Tom: Eu gosto de Stereophonics.
Gustav: Eu ouço Metallica. Mas na minha perna direita eu tenho tatuada uma frase de Johnny Cash, de quem gosto bastante.

E?

Tom: Sabe, honestamente, temos pouco tempo para ouvir música. Estamos sempre na estrada tocando a nossa própria música e ao final do dia os nossos ouvidos não aguentam mais.



Vocês têm pausas?



Bill: Nunca. Na verdade, mesmo ler um livro ou uma revista é impossível.



Falando em leituras, Bill, deixaram a escola. Não estão interessados em aprender mais?



Bill: Eu não tirei o diploma porque nessa altura já estava escrevendo o nosso primeiro álbum e não sei se alguma vez vou formar. Neste momento eu sou o vocalista do Tokio Hotel, é o que eu faço e divirto-me muito.
Tom: Eu não me sinto tentado a fazer agora, não estou interessado. Mas asseguro que sabemos escrever, ler e contar.



Gustav: Eu consegui o diploma através da escola online. Talvez um dia continue os meus estudos…Mas neste momento estamos concentrados na banda, sabe. É o nosso sonho que finalmente se realizou e queremos continuar. Pelos nossos fãs também.



Gustav, o ano passado foi atacado numa discoteca e o Tom alegadamente bateu numa garota que lhe pediu um autógrafo. O que está acontecendo?



Gustav: Parece incrível, mas até eu sou reconhecido enquanto membro do Tokio Hotel. Por isso naquela noite na discoteca, aquele sujeito quis expressar o quanto ele não gostava da banda – vamos colocar as coisas nestes termos – e ele me agrediu na cabeça com uma caneca de cerveja.


Tom: No meu caso, foram escritas muitas mentiras. Eu nunca bati numa mulher, eu tive uma discussão com alguém no meu caminho para casa. No entanto, não eram fãs pedindo um autógrafo, mas garotas que eu já conhecia e que não tinham propriamente boas intenções. Era uma questão privada. E esta é a prova de que não podemos sair sem guarda-costas, mesmo quando não estamos trabalhando.



Bem, para evitar serem agredidos, agora deveriam…
Bill: Descansem, não vamos desistir.

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